segunda-feira, 21 de março de 2005

Mario e o Discurso do rei.


Cheguei ao Hospital por volta das 11:15 hs. Dia fresco e o Mário lindo, limpinho, de meias brancas. Peguei uma bala de côco e ele levou a mão no pote. Brindamos o doce. Por volta do meio dia o almoço chegou e a copeira sorriu ao dizer que hoje o cardápio era especial, com bife, etc.
Havia comentado que almoçaria com Rosana Zaidan e Lau Baptista, mas o Mario insistiu que eu almoçasse com ele. Cedi e assinei o papelzinho do acompanhante.
Hoje ele tossiu mais do que devia e o enfermeiro que repôs um medicamento disse que ele estava nauseando.
A sós, ele pediu um lençol para acudir um alarme falso de vômito, mas passageiro. Deitado de lado, tossiu mais um pouco enquanto eu fazia cafuné nas suas costas. O rosto dele estava bem mais moço, parecido com umas fotos quando ele era bem mais jovem. Adormeceu em minutos. Deixei um recadinho num papel ao lado do travesseiro.
Após o almoço passei na casa do Lau pra um cafezinho ele me deu uma nota de cincoenta Reais.
--- Esse é pra causa do Mário, mudando logo de assunto.
O Lau acompanha nossos boletins desde o começo e sempre responde com mensagens adoráveis de otimismo e seriedade. Conhece o Mario via Zé marcio e Rosana, mas sem nunca ter estado com ele intimamente.
O Lau sofreu na pele o que é um ano ou mais de de hospital sem que nada desse certo, sem diagnostico preciso ou esperança. Me contou com detalhes todo do fardo que carregou até o aparecimento de um médico que matou a charada e o fez triunfar com apenas quinze dias de fisioterapia. Ha um mês atrás o Lau me escreveu:
--- Zé, o que o Mário está passando é o maior teste de paciência que uma pessoa pode suportar. Não há nada pior que isso, mas ele vai sair dessa, se Deus quiser.
Cheguei em casa e liguei pra Vânia. Comentei sobre o Lau e a cena da nota de cincoenta.
A noite fui com a Rosana assistir ao filme O discurso do rei. Magnânimo.
Amanhã farei um novo discurso pro Mario que passou a tarde de hoje na agradável companhia da sua parceira de gamão, a Greti, e do amigo Paulinho Vieira.
O filme O discurso do rei não me sai da cabeça. Que filme!
Abraços do José Márcio.